Neste domingo, 19 de agosto de 2019, foi ministrada a aula “A Teologia e o Sentido dos Ícones” para os oblatas e monges do Mosteiro de São Bento em São Paulo. Gabriel Tossato fez uma exposição sobre a fundamentação da forma iconográfica, almejando demonstrar as relações inseparáveis entre o conteúdo teológico cristão e os modelos tradicionais da iconografia.
Inicialmente foram feitas reflexões sobre a possibilidade de representação do Deus-Homem e dos santos na arte sacra cristã, justificando-a no episódio da encarnação, na doutrina da união hipostática, nas argumentações da Controvérsia Iconoclasta e nas resoluções do Sétimo Concílio Ecumênico. Posteriormente, o evento da Transfiguração foi colocado em evidência, demonstrando que a forma da imagem iconográfica é a indicação de uma realidade já deificada, retratada como se fosse observada desde o ponto de vista dos apóstolos no Tabor. Aqui também ocorreram exemplificações históricas de momentos marcantes para a discussão teológica na Igreja, como a querela hesicasta e a sua influência na iconografia após o século XIV.
Para finalizar, alguns autores clássicos da iconologia ortodoxa, como Leonid Unspensky, Pavel Florensky, Fócio Kontoglou e São João Damasceno foram citados para fundamentar análises sobre a utilização de técnicas de perspectiva, técnicas de claro-escuro, e para traçar distinções entre a arte iconográfica e outros movimentos artísticos com temática religiosa, como o renascimento e o barroco. A apresentação durou cerca de duas horas e gerou muita interação e perguntas dos participantes.
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